Gustav Klimt - Buchenwald I, 1902


Não são frívolos os outonos quando,
pelo labor do vento, despem as faias
e juncam de folhas o chão.
Deixam pelos bosques uma promessa
que sob os nossos pés sucumbirá,
ao som do cric-crac das folhas a estalar.

Mas os olhos sentem o aconchego
das cores mais quentes que anunciam
invernos de cinza e neve,
invernos a nascer nos ventres outonados
pelo sol que no horizonte se esconde,
cansado de tanta dádiva.

Não são frívolos os outonos quando
abandonam os animais ao destino
que sobre eles o tempo traz.
Os homens deixam a floresta
e recolhem-se no calor das casas
para beber o vinho novo que virá.



Não são frívolos os outonos quando
passas a tua mão nos troncos rugosos
das faias e contas, um a um, os nós,
as feridas abertas no corpo,
as gotas de seiva que a vida
inquieta germina na pele vegetal.

Mas a tua voz é como a fogueira
que arde no meu coração:
a lenha a crepitar entre labaredas
e a alma furtiva é um ramo de faia
escondido no bosque onde, pela manhã,
as folhas tocadas pelo vento caem.

J. C. M.




uma noite, um livro, uma chamada
um senntimento, uma viagem, um compromisso
uma espera, tudo o que ela representa, uma fuga.
depois não houve espera. um vazio. um novo camminho

the weatherman | da musica à historia |




We like to watch you laughing,
You pick the insects off plants
No time to think of consequences


Control yourself
Take only what you need from it

mgmt + kids

http://www.youtube.com/watch?v=bIEOZCcaXzE



Tonight she'll take my heart home with her
But i'm not ready to let it go now,
Oh how, long have we got?

I told you how long we've got
All the time in the world
I've got a thing for you
You've got a thing for me

I've got my ?

Metronomy

| 14.março.09 casa da música |

http://www.youtube.com/watch?v=uYB2Mqs24ss


E assim a vida corre. Ora transborda de alegrias, ora se torna lenta cheirando a mágoa.
Sempre acreditei que cada dia que vivia significava construir alguma coisa, aprender, ser melhor. Mas a verdade é que nem sempre conseguimos que nos vejam como realmente somos, e exigem mais do que alguma vez deram, ou sequer possuem.
É incrível perceber como as relações se dissipam com palavras, ou sem elas. Por muito cheia ou não que a vida esteja o importante é possui-la, partilha-la, olha-la de vez em quando. Tenho consciência onde falhei, rejo-me nos defeitos dos outros, mas sobretudo evoluo com isso. Cresço, com o bom e o mau. Continuo em frente sem nunca deixar nada para traz. Na viagem, por muito pouca que seja a bagagem e a companhia, são as únicas coisas que nos acompanham.
É sempre bom acreditar que nos podemos transformar em qualquer coisa diferente, ter a capacidade de acreditar na mudança é óptimo. Mas para essa mudança existir e ser positiva é preciso nunca esquecer os erros. Olhar no espelho e ver o reflexo, o próprio e o dos que nos rodeiam, e sabem que o brilho não acorda todas as manhas nos meus olhos.
É assim que me revejo. Nas loucas noites em que danço com as minhas amigas musicas parvas, nas noites infinitas de trabalho em que as criticas nem sempre são bem-vindas, mas as discussões produtivas, no domingo depois de almoço em que corro para entrar na faculdade a horas, mas não consigo descolar do filme pateta que esta a dar na tv, porque simplesmente estamos todos à mesa em família à conversa afinal, de conduzir de madrugada e imaginar a vida dos poucos que por mim se cruzam, de ter medo e trancar as portas do carro, de chegar a casa e viajar nos livros, na musica, nas fotografias por tudo aquilo que me deixa feliz.
O que não faz efectivamente parte do meu dia, é tudo aquilo em que acreditei, por o que lutei algum tempo, que sofri por perder, e que agora é apenas mofo, uma parte de vida da qual desisti ou desistiram por mim.



Movo-me entre conflitos, compromissos, mestiçagem, transformação.

Something in my heart goes boom, boom, boom…





Palavras para quê? quem não passou uma tarde na biblioteca assim?
imagem do flickr


Aqui apresento a minha menina mais pequenina. Uma Afga Jsoly da década de 40!
Let´s have some fun...

Viver mais um ano é sempre uma sensação indescritível! Passar o dia com quem nos ama, beber um copo com os amigos de sempre, perceber que apesar da distância os elos de amizade permanecem, visitar lugares conhecidos mas observá-los de outra forma, com os olhos de mais alguém!

Um obrigada gigante a todos os que fizeram com que este dia fosse especial! :)

Viagens e descobertas à parte, este ano surge repleto de experiências novas e energia positiva.

Primeiro a ideia clara de acabar o curso com a sensação boa de voar para outros horizontes e ao mesmo tempo o receio de encontrar uma realidade completamente diferente. Logo depois a boa nova de que a família cresce. Uma lufada de ar fresco, um novo sentimento de amor. Uma criança, um amor para a toda a vida que cresce a cada dia que a barriga da mana aumenta. Como ela é bonita!

Muitas coisas aprendi nestes últimos tempos. Como crescida me sinto sempre que abro o documento do Word intitulado de Plano de dissertação de Mestrado em Arquitectura.

Cada dia que passa reabro os olhos e vejo mais coisas interessantes, mais amigos, maior carinho pelos que ficam, e menos tristeza pelos que não, mais noites em que as pessoas se aproximam e conhecem, mais trabalhos infinitos que nunca mais acabam mas que ficam realmente bons, mais fotografias para tirar, mais pessoas bonitas, mais livros que quero ler, mais filmes que vão ficar em espera para ser vistos, mais força e garra de viver.

Com os estudos para a prova descobri que a arquitectura enquanto “ciência da vida” se espraia na maior evidência de sempre. A vida é um ciclo ritmado pelas mesmas situações vividas sempre de forma diferente mas das quais se retira sempre a maior experiência.